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quinta-feira, 6 de março de 2014

Frequência de fertilizações anormais e de embriões precoces em ciclos de IVM.

Objetivos: A maturação in vitro de oócitos humanos é uma tecnologia ascendente no tratamento da infertilidade conjugal, especialmente para pacientes portadoras de ovários policísticos ou tipo-policísticos. Assim, o conhecimento de características do desenvolvimento embrionário pós-IVM é de fundamental importância para o aprimoramento da metodologia e dos resultados alcançados. Nosso objetivo foi analisar a frequência de zigotos aneuplóides e embriões precoces oriundos de oócitos maturados in vitro.

Métodos: Análise retrospectiva de 52 ciclos de IVM.

Resultados: Observamos que a frequência de zigotos aneuploides (1Pn ou 3Pn) de 20% é mais elevada pós-IVM, do que aquela relatada em ciclos estimulados. Por outro lado, a detecção de embriões precoces acarreta em uma taxa superior de gestações químicas e implantações nas pacientes que recebem pelo menos um embrião precoce no grupo de transferência.

Conclusões: Nossos dados mostram haver um índice aumentado de fertilizações anormais em ciclos de IVM, provavelmente resultado de uma maturação citoplasmática inadequada ou imcompleta ex-vivo. Entretanto, como em ciclos estimulados, observa-se a ocorrência de embriões precoces e a sua transferência aumenta significativamente as taxas de implantação enfatizando a importância da sua detecção e seleção para transferência.

Palavras-chave: IVM, aneuploidias, embriões precoces.

Fonte: JBRA- Assisted Reproduction, V.16, nº4, Jul-Aug 2012

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

HIDROSSALPINGE



A Hidrossalpinge é o acúmulo de água na tuba uterina. O problema ocorre quando há alguma alteração nessa tuba, muitas vezes causada por uma inflamação pélvica. O processo inflamatório faz com que bolsas de água se formem na tuba de uterina (trompas de Falópio).

O diagnóstico da doença é feito através de um exame de ultrassonografia transvaginal, onde o especialista consegue visualizar as tubas dilatadas.

A Hidrossalpinge não oferece risco para a mulher e não evolui, não há necessidade de tratamento, a não ser que a paciente esteja com dificuldade de engravidar. “Hoje sabemos que a Hidrossalpinge pode ser uma das causas de a mulher não conseguir engravidar e nesse caso é indicado o tratamento cirúrgico. Podemos retirar a tuba se estiver muito comprometida ou reconstituí-la, dependendo da gravidade”.

O problema aparece apenas em uma das tubas a mulher ainda tem chances, embora menor, de engravidar espontaneamente após a cirurgia. Porém, se ambas forem retiradas a paciente só poderá engravidar através da Fertilização In Vitro (FIV).

Muitas mulheres com Hidrossalpinge conseguem engravidar normalmente e muitas vezes nem sabem que têm o problema. A cirurgia é indicada apenas como uma tentativa de aumentar as chances de implantação do embrião através do procedimento de FIV, já que a secreção nas tubas pode ser a vilã que está impedindo a gestação.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

RESOLUÇÃO CFM 2013/2013- Atualiza as normas éticas para utilização das técnicas de Reprodução Humana Assistida

A Resolução CFM nº 2.013/13 destaca a segurança da saúde da mulher e a defesa dos direitos reprodutivos para todos os indivíduos. Essa é a terceira norma sobre o assunto. A primeira resolução do CFM sobre o tema foi publicada em 1992. Houve apenas uma atualização em dezembro de 2010.As resoluções do CFM preenchem lacuna legal, pois não existe regra específica que regulamente a prática da reprodução assistida no Brasil.




IDADE DA PACIENTE

COMO FICA: A idade máxima das candidatas à gestação de reprodução assistida passa a ser de 50 anos.
COMO ERA: Antes não havia limite de idade

IDADE LIMITE PARA DOAÇÃO

COMO FICA: A idade limite para a doação de gametas
(óvulos e espermatozoides) é de:
• 35 anos para a mulher
• 50 anos para o homem
COMO ERA: Antes não havia referência de limite de idade.


DOAÇÃO COMPARTILHADA

COMO FICA: É permitida a doação voluntária de gametas, bem como a situação identificada como doação compartilhada de oócitos em Reprodução Assistida. No caso, a doadora e receptora (portadoras de problemas reprodutivos) compartilham o material biológico e os custos financeiros que envolvem o procedimento de RA.
COMO ERA: Apesar de comum nas clínicas, a doação compartilhada não era regulamentada.

A nova redação esclarece o número de oócitos e embriões a serem transferidos no caso de doação. Deve ser respeitada a idade da doadora e não da receptora. A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial.
COMO ERA: Apesar de comum nas clínicas, a doação compartilhada não era regulamentada.



HOMOAFETIVIDADE

A nova redação também deixa claro o direito dos casais homoafetivos:
COMO FICA: “É permitido o uso das técnicas de reprodução assistida para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito da objeção de consciência do médico”.
COMO ERA: A resolução anterior dizia que "qualquer pessoa" poderia ser submetida ao procedimento, no entanto os pacientes esbarravam em diferentes interpretações.

ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO 

COMO FICA: Foi ampliado o parentesco consanguíneo para 4º grau: (primeiro grau – mãe; segundo grau – irmã/avó; terceiro grau – tia; quarto grau – prima)
COMO ERA: A Resolução só autorizada até parentesco de 1º e 2º grau. 

DESCARTE

COMO FICA: Se for da vontade dos pacientes, os destinos dos embriões criopreservados poderão ser:
1. Doados para outros pacientes;
2. Doados para pesquisas de células-tronco, conforme previsto na Lei de Biossegurança; 
3. Ou descartados após cinco anos. 

Se for da vontade do paciente, esses embriões podem continuar congelados desde que os pacientes expressem essa vontade e assumam as responsabilidades por essa decisão.


SOBRE A SBRH

A Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), fundada em 26 de dezembro de 1947, com sede na cidade de São Paulo é uma instituição de caráter científico, de âmbito nacional e sem fins econômicos. Tem como objetivo a educação médica continuada, promover e estabelecer o contato entre os médicos das especialidades a fins e eventualmente ser uma referência para a sociedade em geral.Trata-se de uma entidade médica de maior representatividade entre os profissionais médicos e paramédicos que militam na área da medicina reprodutiva (reprodução humana, reprodução assistida, endocrinologia da reprodução, planejamento familiar, sexualidade conjugal, endoscopia reprodutiva, entre outros).


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

RHA: Novas Normas

A nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a prática da Reprodução Assistida estabelece novas normas para regulamentar a Fertilização In Vitro e a Inseminação Artificial.


As principais mudanças são:

Idade máxima para engravidar
A idade máxima da mulher para se submeter às técnicas de reprodução assistida passa a ser 50 anos. Este limite foi fixado levando em consideração a saúde da mulher, já que a gravidez após os 50 anos é considerada de alto risco, pois aumentam os casos de hipertensão, diabetes gestacional, partos prematuros e nascimento de bebês com baixo peso. As mulheres acima de 50 anos, gozando de perfeita saúde, que desejarem engravidar deverão solicitar parecer do CFM.

Doação de óvulos
A doação compartilhada de óvulos passa a ser permitida e regulamentada. A mulher mais jovem com dificuldades para engravidar pode doar os seus óvulos para a mulher mais velha, onde esta última deverá arcar com parte das despesas do tratamento para engravidar da primeira. A doadora de óvulos não pode ter mais que 35 anos como garantia de que os óvulos doados sejam saudáveis.

Doação de espermatozóides

A partir de agora fica estabelecido a idade limite de 50 anos para os homens doarem seus espermatozóides.

Homossexuais e solteiros
A nova resolução permite a utilização de técnicas de reprodução assistida por solteiros e casais homoafetivos.

Barriga de Aluguel
Antes apenas mães, irmãs e avós podiam atuar como "barriga de aluguel", agora as tias e primas também podem atuar, desde que tenham idade até 50 anos. A prática não pode ter fins lucrativos.

Descarte de embriões
É comum haver embriões excedentes na fertilização in vitro. Com a nova resolução, a clínica deverá manter os embriões congelados pelo período de 5 anos. Depois disso, a critério da mãe, os embriões poderão ser doados para a ciência ou descartados. A mãe poderá manter os embriões congelados por mais cinco anos e terá que pagar por este serviço.

Seleção genética

O novo texto permite expressamente a seleção genética de embriões para que o bebê não tenha uma doença hereditária ou para o transplante de células para o irmão mais velho. Segue vetada a escolha do sexo do bebê em laboratório.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

"Bebês de proveta": favor ou contra?


Há diversas vertentes de opinião sobre a RHA, desde os que a condenam fervorosamente aos que a apoiam em plenitude. Há uma linha tênue entre opiniões intermediárias, não sendo um assunto que deve ser tratado levianamente.

Dentre as técnicas já utilizadas de reprodução assistida estão a fertilização “in vitro” e inseminação artificial; estas podem ocorrer com gametas dos próprios aspiradores da paternidade ou de doadores.

A venda de gametas é proibida por lei no Brasil, porém permitida em países europeus e nos EUA, o que gera o chamado turismo reprodutivo, havendo importação de sêmen e óvulos.

Muitos estudos mostram que a maioria das chamadas “barrigas de aluguel” não tem como motivação principal a recompensa financeira. É necessário prestar mais atenção às causas da infertilidade, como exposição a produtos químicos e poluição e doenças facilmente curáveis, antes de introduzir técnicas sem freio; técnicas estas que poderiam modificar drasticamente a sociedade.

No entanto, há muitas vertentes favoráveis à RHA, defendendo a possibilidade de paternidade a indivíduos inférteis ou portadores de doenças hereditárias. Há aqueles, também, que crêem que as novas tecnologias devem ser utilizadas em seu máximo alcance.

Ainda controversa e muito fantasiada, a Reprodução Humana Assistida tem se aprimorado cada vez mais, trazendo esperança de paternidade para muitos indivíduos inférteis. É necessário também colocar a questão em uma perspectiva ampla, e não individual.